Pressão 12 por 8 deixa de ser padrão ideal: novo estudo alerta para riscos cardíacos

Referência a respeito de saúde cardiovascular é modificada

Recomendação é aferir a pressão arterial ao menos uma vez ao ano. Imagem: Reprodução

Durante décadas, o famoso 12 por 8 (120/80 mmHg) foi considerado o modelo ideal de pressão arterial. Mas esse conceito está mudando. Um novo estudo apresentado no Congresso Europeu de Cardiologia, em Londres, e as atualizações da Sociedade Europeia de Cardiologia apontam que essa referência pode não ser mais segura — e que o ideal para a saúde cardiovascular é manter a pressão ainda mais baixa.

A mudança reflete avanços no entendimento médico sobre o risco de doenças cardíacas e cerebrovasculares, como infarto, AVC e insuficiência cardíaca.

“Sabemos hoje que os riscos cardiovasculares aumentam antes mesmo dos níveis tradicionalmente considerados como hipertensos”, alertam os especialistas responsáveis pela nova diretriz.

O que mudou na classificação da pressão arterial?

Segundo os novos parâmetros, a pressão arterial deve ser avaliada de forma mais individualizada, levando em conta o risco cardiovascular global — ou seja, fatores como diabetes, obesidade, histórico familiar, idade e hábitos de vida.

Para pessoas com fatores de risco, uma pressão de 12 por 8 pode representar um alerta. Estudos apontam que, quanto mais baixa (sem causar sintomas), melhor para o coração e os vasos sanguíneos.

Nova classificação da pressão arterial:

  • Pressão não elevada: abaixo de 120/70 mmHg (ou 12 por 7)
  • Pressão elevada: entre 120/70 e 139/89 mmHg (ou entre 12 por 7 e 14 por 9)
  • Hipertensão arterial: igual ou acima de 140/90 mmHg (ou acima de 14 por 9)

Isso significa que milhões de brasileiros que acreditavam estar com a pressão “normal” agora podem estar sob maior risco do que imaginavam.

E como ficam as recomendações de tratamento?

O foco das novas diretrizes é a prevenção precoce e o tratamento personalizado. Veja como fica:

  • Pressão acima de 14 por 9 (hipertensão): uso imediato de medicamentos, além de mudanças no estilo de vida (como dieta e exercícios);
  • Pressão entre 12 por 7 e 14 por 9 (pressão elevada): foco em mudanças no estilo de vida, como:
    • Redução do sal;
    • Prática de atividade física regular;
    • Controle do peso;
    • Interrupção do tabagismo.

Caso essas medidas não funcionem após 6 a 12 meses, o uso de medicamentos pode ser considerado, especialmente para pessoas com risco cardiovascular aumentado.

Conclusão: não basta “estar dentro da média”

A nova diretriz reforça uma ideia importante: não existe um padrão único de pressão ideal para todos. Estar com 12 por 8 não garante mais tranquilidade, principalmente se outros fatores de risco estiverem presentes.

Por isso, é essencial que a população mantenha acompanhamento médico regular, adote hábitos saudáveis e, acima de tudo, esteja atenta aos sinais que o corpo dá — mesmo quando os números parecem “bons”.

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