O consumo de cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, tem ganhado espaço entre os adolescentes brasileiros e superado a média nacional. Dados do terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD III) indicam que 8,7% dos jovens de 14 a 17 anos fazem uso desses dispositivos. Em comparação, entre os brasileiros com 14 anos ou mais, a média é de 5,6%.
A pesquisa, conduzida pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, entrevistou 16.608 pessoas em 349 municípios de todas as regiões do país, ao longo de 2023.
Entre os adolescentes que experimentaram o cigarro eletrônico, 76,3% aram a utilizá-lo regularmente, o que reforça a preocupação com o potencial de dependência do produto nessa faixa etária.
No total, o estudo aponta que 26,8 milhões de brasileiros utilizam algum tipo de produto com nicotina, o que representa 15,5% da população. O cigarro tradicional ainda é o mais comum, com 11,8% dos usuários. Já os vapes aparecem em duas categorias: 3,7% utilizam apenas o eletrônico e 1,9% o combinam com o cigarro convencional.
Entre os que usam os dois tipos de produto, apenas 8,9% abandonaram o cigarro comum. A grande maioria — 78% — manteve o consumo do modelo à combustão, contrariando a ideia de que os vapes seriam uma alternativa de redução de danos.
Apesar do aumento no uso, 94,7% da população reconhecem os riscos associados aos cigarros eletrônicos. Ainda assim, a facilidade de o ao produto tem sido apontada como um dos fatores que favorecem seu consumo, inclusive entre os mais jovens.