Varzedo registra queda de católicos e crescimento de evangélicos e pessoas sem religião, segundo IBGE

Mudança de perfil religioso reflete transformações sociais e culturais no município ao longo da última década

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados comparativos de filiação religiosa no município de Varzedo, no Recôncavo baiano, com base nos censos de 2010 e 2022. Os números revelam mudanças significativas no perfil religioso da população, com queda no número de católicos apostólicos romanos e aumento de evangélicos, pessoas sem religião e seguidores de religiões de matriz africana.

Segundo os dados, os católicos, que representavam a maioria esmagadora com 7.834 pessoas em 2010, aram a ser 6.799 em 2022 — uma redução de mais de mil fiéis em doze anos.

Por outro lado, os evangélicos apresentaram um crescimento relevante no período. Em 2010, o município contava com 913 evangélicos, número que subiu para 1.092 em 2022, reforçando a tendência observada em todo o país.

Outro destaque é o aumento do número de pessoas que se declararam sem religião: de 223 em 2010 para 448 em 2022, o que representa o dobro em relação ao levantamento anterior. Já os adeptos de outras religiões aram de 46 para 351, mostrando um crescimento expressivo e evidenciando maior diversidade religiosa na cidade.

As religiões de matriz africana como Umbanda e Candomblé, que não tinham registros significativos no censo de 2010 em Varzedo, aram a contar com 17 praticantes em 2022. Em contrapartida, os seguidores do espiritismo kardecista caíram de 19 para 5 pessoas no mesmo período.


Veja os dados comparativos:

Religião20102022
Católica Apostólica Romana7.8346.799
Evangélicos9131.092
Espírita195
Umbanda/Candomblé17
Sem religião223448
Outras religiões46351

As mudanças observadas em Varzedo acompanham uma tendência nacional de desconcentração religiosa e maior presença de grupos minoritários, além da queda contínua da hegemonia católica. Especialistas atribuem essa mudança à maior liberdade de escolha, crescimento de igrejas evangélicas com forte atuação comunitária e um movimento crescente de jovens que se afastam de práticas religiosas institucionais.

A equipe do Voz da Bahia segue acompanhando os desdobramentos sociais e culturais desses dados na região.

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